"Eu escrevo bilhetes para esconde-los, com todo cuidado embaixo das portas"

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mutação

"(...) a pele é tudo quanto queremos que os outros vejam de nós, por baixo dela nem nós próprios conseguimos saber quem somos."

(José Saramago)

O problema é só um. Sou imatura. Será que confessar isso já é um avanço para a maturidade? Fico aqui torcendo que sim. De longe até pareço ser responsável, centrada e compreensiva, mas quem me conhece bem (Alguém? Nem eu me conheço bem) sabe que não tenho nada de centrada. Sou uma pessoa que consegue ser impulsiva e calculista ao mesmo tempo, só não entendo como. Desejo obter o controle sobre as situações. Tenho medo. Sabe lá Deus de que! Fico aqui pensando, até quando? É preciso que eu seja uma pessoa que sabe o que quer, para então mudar. Mais ou menos o que o gato listrado da Alice quis dizer quando falou algo sobre os caminhos. "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve", não foi isso? Se não foi, foi quase isso!
E como é que faz pra achar o caminho? O mais difícil: Como é que faz para decidir o caminho?
As vezes reclamo das coisas, mas eu nem sequer faço nada para mudar o que me incomoda. Não adianta eu pensar coisas boas, se eu não tiver coragem para materializá-las. Posso estar sendo rigorosa comigo mesma, mas é uma maneira de eu exigir algo bom de mim, uma maneira de eu indiretamente forçar as coisas a derem certo. Mas a gente pode forçar as coisas a darem certo? Fico na dúvida. Não gosto de mudanças em mim, mas no momento elas se fazem necessárias. É difícil saber se vai ou se fica quando se tem amarras espalhadas pelo corpo.



(blog retalho de amor)

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